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A beleza não está só nos olhos de quem vê: ela toma o indivíduo como um todo, penetra-o, estimula todos os sentidos — e porque não dizer, a alma — tal qual um aroma extasia completamente as narinas e o paladar. Costumamos nos postrar diante do belo de forma irracional, sem meditar sobre a natureza da própria beleza.

Na filosofia antiga o belo não era considerado um elemento produzível: para Platão, estava dentre as substâncias existentes somente no plano das idéias e manifestava-se através do bem. Já Aristóteles considerava a simetria e a ordem como bela, o que influenciou a Escolástica e muitos artistas do Renascimento. Só na filosofia moderna, aprofundando as investigações sobre o senso de belo dentro e fora da arte partindo do conceito de gosto, surgiu a estética, ciência filosófica da arte e do belo.

Tizano - Venus de Urbino

Para clarear este conceito ainda obscuro no século XVIII, Schiller explica que as coisas podem satisfazer à nossa índole física, moral ou lógica, mas quando correspondem “ao todo de nossas diversas faculdades sem ser objeto determinado para nenhuma isolada dentre elas, esta é nossa índole estética”. Dando um exemplo mais claro, ele diz que “um homem pode ser- nos agradável pela sua solicitude; pode, pelo diálogo, dar-nos o que pensar; pode incutir respeito pelo seu caráter; [mas] independentemente de tudo isso, [...] ele pode aprazer-nos na mera contemplação e apenas por seu modo de aparecer. [Assim], julgâmo-lo esteticamente”.

A contemplação, aliás, é um elemento importante para compreender a beleza estética. Hegel exemplifica que a obra de arte só tem a aparência de vida, “pois no fundo é pedra, madeira e tela ou, no caso da poesia, letras e palavras. Mas esse aspecto da existência externa não é o que constitui uma obra de arte”. Poderíamos pressupor que artista e público concedem a vida à obra de arte, o primeiro enquanto molda o material e o transforma em uma escultura, por exemplo, e o segundo enquanto o observa e o percebe como arte. Mas é somente quem observa que julgará se ali está contido o belo.

Mesmo ao considerarmos uma tela famosa de Da Vinci, ela pode não agradar de forma alguma certos indivíduos, que não enxergariam ali qualquer beleza. Outros se aprazeriam com as cores, com os traços bem ordenados,com o realismo, o que até se aproximaria com a noção de belo comum ao renascimento e aceita pelo próprio Leonardo. Lembremo-nos, todavia, que para considerar a beleza esteticamente, esta obra deve despertar no indivíduo um prazer que agrade não um ou vários sentidos, mas que o faça transcender suas faculdades sensíveis e simplesmente contemplá-la.

Este conceito pode ser transportado para a percepção da natureza ou da beleza de outros seres humanos. Na literatura brasileira podemos exemplificar uma percepção estética da natureza com o conto A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de João Guimarães Rosa, quando o protagonista passa a olhar à sua volta e percebe uma beleza que nunca vira antes em seu próprio meio: “Mas afinal, as chuvas cessaram, e deu uma manhã que Nhô Augusto saiu para o terreiro e desconheceu o mundo: um sol, talqualzinho a bola de enxofre do fundo do pote, marinhava céu acima, num azul de água sem praias, com luz jogada de um para o outro lado e um desperdício de verdes cá embaixo – a manhã mais bonita que ele já pudera ver [...] O sol ia subindo, por cima do vôo verde das aves itinerantes. Do outro lado da cerca passou uma rapariga. Bonita! Todas as mulheres eram bonitas. Todo anjo do céu devia ser mulher”.

Outro exemplo — parcial, é verdade — de percepção estética do belo dá-se quando contemplamos extasiados a beleza feminina. Mais que a cor dos olhos, me fascina a beleza de um olhar. Como definí-la? Adjetivos como “penetrante”, “profundo”, “tímido”, “sorridente” não o definem tão bem como “lindo”. Todavia, os primeiros tentam transformar em concreto o que o último trás embutido de forma subjetiva e abstrata, porém passível de compreensão. Não são  os traços bem delineados ou a expressão de um sorriso que despertam em nós uma atração fora do comum: a mera presença satisfaz completamente os sentidos, mesmo que não se consume o toque, o contato ou simplesmente a interação. A racionalidade não consegue explicar qual é o traço que define a mulher como bela, tampouco a memória consegue reter as características que despertam o sentido de beleza. A pessoa nos apraz por mera contemplação, muito embora, é fato, possa despertar o desejo.

A beleza estética, portanto, pode ser notada até mesmo onde antes nunca tenha sido percebido nada de belo. Pode ser contemplada numa primeira observação, ou até mesmo estar contida dentro de outras noções de beleza históricas, lógicas ou sensoriais. Mas só o indivíduo que contempla e é tomado por essa beleza, perfeita de forma inexplicável e além de suas faculdades sensoriais, concebe a beleza esteticamente.


Cirurgia plástica- Drenagem Linfática
Cirurgia plástica- Drenagem Linfática

 

A drenagem linfática é uma grande aliada das mulheres no pós-operatório. Veja de que forma a técnica pode contribuir para o sucesso de uma cirurgia

Reportagem: Monique Zagari Garcia

drenagem-linfatica
 

A drenagem linfática ajuda na reabsorção de hematomas e,

consequentemente, diminui o risco de infecções secundárias Foto: SXC

Manter alguns cuidados após a realização de uma cirurgia é fundamental para que obtenha os resultados desejados. E é aí que a drenagem linfática entra como grande aliada da mulher. Como? “Após uma cirurgia, a pessoa normalmente retém uma quantidade de líquido maior do que o corpo consegue drenar, e por isso a drenagem linfática é necessária a fim de reduzir a retenção hídrica, melhorar a circulação sanguínea e até mesmo aliviar asdores. A massagem também auxilia na remoção de hematomas, redução de fibrose, acelera o processo de cicatrização e recuperação pós-operatório, aumentando a hidratação e nutrição celular”, explica Mariana Moraes, fisioterapeuta dermato-funcional do Zahra Spa & Estética.

A drenagem linfática é indispensável em casos de lipoaspiração e abdominoplastia, já que, como mencionado, é importante que a técnica ative a circulação, pois as células e placas podem ficar paradas na região abdominal devido à cirurgia, causando inchaço e deformidade. “No entanto, a drenagem linfática também é indicada em casos de mamoplastia, hidrolipoaspiração, blefaroplastia, rinoplastia, ritidoplastia, mastectomia total ou parcial e cirurgias de prótese de silicone”, destaca Alan Landecker, cirurgião plástico do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).

A drenagem pós-cirúrgica deve ser feita no corpo todo para estimular a circulação linfática geral. Na área operada, o trabalho deve ser mais detalhado e direcionado, de maneira lenta e delicada com o intuito de diminuir o processo inflamatório provocado pela cirurgia. De acordo com o cirurgião plástico Thomas Benson (SP), cabe ao cirurgião definir quanto tempo a pessoa deve esperar para iniciar as sessões. “O tempo de espera pode variar de acordo com o procedimento, porém, em casos de lipoaspiração, por exemplo, deve-se iniciar o quanto antes, assim que a paciente suportar uma manipulação local, o que acontece geralmente após quatro ou cinco dias”, completa Adriano Romiti, cirurgião plástico do Hospital São Camilo (SP).

Segundo a fisioterapeuta Mariana, é fundamental a avaliação de um profissional qualificado para determinar quantas sessões serão necessárias. “A quantidade pode variar de acordo com cada metabolismo, mas geralmente inicia-se com dez sessões e conclui-se o tratamento assim que a paciente esteja totalmente recuperada dos edemas e hematomas”, afirma.